Carlos Drummond de Andrade, poeta mineiro, já dizia no século passado que nunca se consegue ver uma verdade inteiramente, pois os espaços por onde teria que passar não são grandes o suficiente para passar uma verdade inteira; sempre passa meia verdade de cada vez.
O problema maior é que ao juntar duas meias verdades, não se consegue uma verdade inteira, pois cada metade conta sua versão, seu ponto de vista, conta a sua meia verdade que é diferente de todas as outras meias verdades.
A verdade em si não existe, pois o que ficamos sabendo são textos de meias verdades, textos montados e repetidos por pessoas diferentes, com olhares diversos, usando palavras que podem ser interpretadas de formas até contraditórias.
Mesmo quando somos nós os arautos da verdade, quando produzimos nossos textos a respeito de nossas atividades ou nossas opiniões, não conseguimos dizer tudo, pois do fato que queremos relatar, elegemos alguns detalhes que não dizem a verdade toda. Ora por não ter tempo para contar o fato todo, ora por não usar as palavras certas para o entendimento do outro. Entendeu?
Dr. Pedro Santo Rossi
Psicólogo voluntário HEFC