Viajando sozinho à noite pelas estradas do interior do Brasil, fui tomado por um momento filosófico, ou melhor, um momento semântico, entre “ter fé” e “acreditar”.
Vendo ao longe uma luz que se aproximava, e ao se aproximar mais se mostrou serem duas luzes, provavelmente um caminhão, seguramente com uma velocidade próxima dos cem km/h, imaginei que tudo aquilo passaria ao meu lado esquerdo, no sentido contrário cerca de dois a quatro metros de distância. Pensei: isto é que é fé.
Fé, porque baseada em certeza desenvolvida pelo conhecimento adquirido em muitas viagens, experiências que redundaram no conhecimento do funcionamento dessas ocorrências.
Por outro lado, me ocorreu pensar no que seria então a crença. O desejo de que nada de errado me ocorresse naquela estrada, que não surgisse um animal na pista, ou um buraco novo sem a devida sinalização.
Ficou então assim, para mim, fé é o conhecimento adquirido pela razão e pela experiência, crença é o desejo que aconteça o que eu espero para mim.
Dr. Pedro Santo Rossi, psicólogo voluntário HEFC
