Você já percebeu que, ao final de um dia comum, mesmo sem esforço físico, pode se sentir esgotado(a), disperso(a) ou emocionalmente abalado? Isso acontece porque a atenção é um dos recursos mais valiosos que temos — e está sendo disputada o tempo todo.
Quando a sua atenção é capturada por algo, tua energia o acompanha. E, hoje, vivemos num ecossistema feito para dispersar a atenção — e, com ela, tua força de vida. A energia, aqui, não é uma ideia mística: é a sua presença vital, capacidade de estar inteiro(a) em uma ação, pensamento ou conversa.
Notificações, propagandas, redes sociais, manchetes, promessas de soluções rápidas, vídeos curtos, ruído constante: tudo foi desenhado para sequestrar a atenção sem que percebermos. Aos poucos, a percepção se fragmenta. A escuta encurta. A capacidade de discernir o que realmente importa se enfraquece. E quando não escolhemos no que focar, alguém escolhe por nós — seja um algoritmo, uma ideologia ou um medo inconsciente.
Isso não é uma crítica à tecnologia ou ao mundo moderno, mas um convite à responsabilidade. A vida é feita daquilo que você cultiva com tua atenção. Quem vive no piloto automático, delega sua liberdade.
Experimento prático: hoje, em vez de abrir o celular ao acordar, pare por dois minutos. Respire. Sinta teu corpo. Pergunte-se: “o que é essencial para mim hoje?” Observe como a qualidade do teu dia muda quando você conduz sua atenção, em vez de ser conduzido por ela.
Desligar as distrações por algumas horas, escolher o silêncio ao ruído, dedicar foco real às pessoas com quem fala: tudo isso recupera tua energia. Recupera a ti mesmo.
A liberdade começa com o que você decide olhar — e, principalmente, com o que escolhe deixar de olhar.
Tamires Santana
Assessora de Comunicação HEFC
