Um médico neurocirurgião, amigo meu, manifestou sua preocupação com o excesso de medicalização das crianças e jovens de hoje. Disse que os pais já chegam ao consultório pedindo receitas de drogas da moda, ansiolíticos e antidepressivos, para uso de seus filhos.
Intrigante, diz ele, é que os pais não aceitam a orientação profissional do especialista no assunto, preferem “surfar na onda da moda”; relata que já foi acusado de omissão por negar receitas solicitadas pelos pacientes. Lembrou de uma mãe que descreveu a filha como um bicho enjaulado, superexcitada, muito inquieta, pediu remédio para contenção química, quando deveria sair caminhar, lá fora, com filha. Esta sociedade está criando crianças e jovens marcados para viverem dependentes de remédios, e o pior, a partir de um diagnóstico equivocado.
O consumo exagerado de medicamentos ligados à aprendizagem (por mais falacioso que isso seja) já é utilizado para “melhorar o desempenho no trabalho”, “relacionar-se em família” e para “curtir as férias em paz”. Drogas que provocam efeitos colaterais, que deturpam o funcionamento normal do organismo.
Dr. Pedro Santo Rossi
Psicólogo voluntário HEFC