A cura de si e o verniz social

Muitas experiências nas relações interpessoais, durante a existência, despertam emoções que desorganizam o mundo interno do sujeito. No mundo interno, prevalece a interpretação, um esquema de origem biológica, que se manifesta desde os primórdios da constituição do sujeito e está presente no seu cotidiano.

Em virtude das necessidades de comportamento, o sujeito realiza algumas mudanças, encontrando soluções para conviver em sociedade, algo superficial, sugerindo que ocorreu uma superação, mas, no fundo, permanece a mesma maneira de interpretar suas relações interpessoais. Ocorre que novas experiências não impedem a ocorrência de nova desorganização, em um momento futuro, porque as mudanças aconteceram como um verniz social, que apenas encobriram.

Por exemplo, o diagnóstico de câncer num familiar com vínculos de amor, tende a desorganizar o mundo interno do cuidador e a desencadear sofrimentos que estavam encobertos. Então, o que pode oferecer um percurso analítico? Ele oferece a possibilidade de o sujeito compreender-se narrador de si, com melhores condições de interpretar suas experiências, deixando de sofrer por reconhecer que a cura do próprio sofrimento se encontra dentro dele e que o percurso analítico enriquece a existência, propiciando melhores condições para enfrentamento dos obstáculos que surgem na vida.

Dr. João Palma Filho
Psicólogo – CRP 146.528
Matéria publicada no jornal Regional News, edição n°1599

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