As Infecções Sexualmente Transmissíveis e o autocuidado

O conceito de Infecções Sexualmente Transmissíveis tem a ver com um pensamento profundo e complexo acerca do assunto. Se antes a preocupação estava centrada na doença (DST), atualmente a preocupação está associada à possibilidade de infecção, mesmo que não hajam
sinais ou sintomas, exigindo cuidados redobrados nos relacionamentos íntimos. Esses cuidados de prevenção tem vínculo com os aspectos psicológicos. Alguns anos atrás ouvi de uma pesquisadora sobre o HIV e as relações estáveis. Seus estudos apontavam não haver como impedir a infecção diante de situações em que a confiança se estabelecia, porque o uso de preservativos, por exemplo, seria visto como motivo para levantar dúvidas sobre essa confiança.


É importante reconhecermos esses casos e afastar o sentimento de culpa, da pessoa que foi infeccionada, nessas situações. Todavia, importa alertar sobre a necessidade de autocuidado. A constituição psíquica tem um determinismo, cujas escolhas envolvem muitas das condições que
levam à precaução ou à ausência dela. Portanto, considerando a psicanálise, as escolhas têm uma causa e frequentemente tem a ver com o desejo de ser amado, porém, com o tratamento psicanalítico surgem as possibilidades de se compreender a necessidade do autocuidado e de se ver implicado nas escolhas que faz.

Dr. João Palma Filho
Psicólogo – CRP 146.528
Matéria publicada no jornal Regional News, ed. 1569

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