Os conflitos e os comportamentos

Há pessoas próximas, que encontramos no cotidiano, que estão consumindo muita energia psíquica para aparentar que tudo está bem, apesar de extenuantes batalhas internas. Em algumas oportunidades desponta no comportamento, indícios do conflito interno, revelando um pedido de ajuda para cuidar da saúde mental, mas não se manifesta de modo pronunciado. Em virtude deste sofrimento estar encoberto por afirmações superficiais de que tudo está bem, as pessoas no entorno não percebem ou não conseguem suportar que isso não corresponda ao que está se passando.

Por vezes, ao explicitar o que está ocorrendo, surge de quem ouve, expressões que assumem, basicamente, duas posições, que aprofundam o sofrimento. Numa primeira, há a desqualificação da dor do outro, afirmando-se, por exemplo, que aquele sofrimento não tem tanta importância. Numa segunda, surge a agressão direta, ao se comentar, por exemplo, que se faz de infeliz, mas é um preguiçoso. Como se isso provocasse alguma mudança. Diante do não acolhimento, aquele que sofre, cala-se.

Estas batalhas internas, como todo processo que se instaura, requer atenção e cuidado para não evoluir em direção a um quadro mais severo. Portanto, ouvir o outro, em silêncio, buscando compreender, auxiliando a encontrar o suporte da área de saúde mental é, sobretudo, uma demonstração de consideração e amizade.

Dr. João Palma Filho
Psicólogo – CRP 146.528
Matéria publicada no jornal Regional News, edição n°1601

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