O ressentimento e as repercussões na saúde mental

O ressentimento decorre de uma ofensa, gerando um rancor. Muitas vezes, torna-se um peso, uma âncora que, aos poucos, se instala no cotidiano psíquico de quem convive com essa mágoa. Âncora, porque parece tornar os dias mais sombrios e tristes. Apesar da pessoa com ressentimento afirmar que está tudo bem, usando as máscaras do convívio social, por debaixo, esconde-se esse sentimento que vai corroendo.

Vale lembrar, também, a culpa por não ter oferecido uma resposta, geralmente agressiva que, ao invés de encerrar, aumenta a pressão interna. Todos esses pensamentos circulares ficam repisando o próprio sofrimento e a agressividade, permanecendo uma chaga aberta. Surgem pensamentos implorando justiça contra o ofensor, todavia, isso não ocorre, ampliando a mágoa. Para sair da infinita circularidade do ressentimento, há de se deparar com as causas que resultaram nesse rancor, reconhecendo suas relações com as consequências e vendo-se implicado com aquilo que o engendrou.

Importa lembrar que a psicoterapia oferece condições para a pessoa interpretar e ressignificar esse sentimento nefasto para a saúde mental. Além disso, há repercussões na dimensão biológica, estudadas há muito pela psicossomática, que reconhece as consequências no corpo, podendo ocasionar diversas doenças.

Dr. João Palma Filho
Psicólogo – CRP 146.528
Matéria publicada no jornal Regional News, edição n°1585

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